Algumas das resenhas que apresentamos aqui, as de nossa autoria, foram originalmente publicadas no site "Amazon.com" em 1997. Apenas um livro de Guénon havia sido apresentado editorialmente na Internet até então: a ótima versão inglesa de "Símbolos da Ciência Sagrada". Fomos, portanto, pioneiros ali em relação à obra de Guénon, publicando várias resenhas em inglês e português, bastante consultadas e que nos proporcionaram contatos de toda parte do mundo.
Nossa resenha para o livro "A Ilusão Transformista"(4), de Douglas Dewar, então esgotado, contribuiu para sua reedição nos Estados Unidos. Vale registrar, e isto fica como alerta aos incautos, que vários livros foram vendidos através de links da Amazon.com em nosso site IRGET: recebíamos então relatórios mensais de venda, mas jamais nos pagaram a comissão convencionada.
Com a repercussão de nossas resenhas, após alguns anos, várias outras vieream se somar, parte delas com evidente intuito de destruir a reputação de Guénon, no geral, textos de baixo nível que até hoje ali se encontram, podendo ser conferidos pelos curiosos. Guénon, ele mesmo, foi um grande resenhador de livros : uma de suas obras, "Comptes Rendus"(1) reúne exclusivamente este material e queremos crer que este seja caso único no meio literário.
Tais resenhas , realizadas com espírito de grandeza, generosidade e acuidade intelectual incomparáveis, acabaram por orientar vários autores, retificando e qualificando várias e importantes obras. Um dos exemplos notáveis a ser assinalado, a este respeito, é a obra de Gaston Georgel sobre os Ciclos Cósmicos, desenvolvida a partir de uma resenha de Guénon e apoiada posteriormente por correspondência mantida com o autor. Guénon, no entanto, não se limitava a resenhar livros diretamente ligados aos estudos tradicionais; reconhecia e apreciava o valor literário de grandes escritores como Rudyard Kipling, que, em seu livro "Kim"(2), traz algumas informações muito interessantes sobre os bastidores políticos da Índia sob ocupação britânica. Outro exemplo é o curioso livro do jornalista inglês Paul Brunton, "A Índia Secreta"(3), que nos ilustra sobre incríveis preconceitos e inabalável presunção do colonizador moderno a respeito de povos tradidionais antiquíssimos, como a Índia.
Vale mencionar, igualmente, resenha sobre "À Sombra dos Monastérios Tibetanos"(5), de Jean M. Rivière, que, mescladas à um relato de viagem, traz importantes informações sobre o ambiente sagrado do Tibete tradicional. "Bestas, Homens e Deuses", de Ferdinand Ossendowsky, é um caso à parte, pois é mencionado logo no primeiro capítulo do extraordinário livro "O Rei do Mundo", de Guénon. Fugindo às perseguições que explodiram com a "revolução" na Rússia de 1917, Ossendowsky nos traz o relato impressionante de sua fuga através da Ásia(6),onde acaba por testemunhar fatos surpeendentes e extremamente interessantes, que ultrapassaram, em muito, a capacidade de compreensão do autor,, valendo, no entanto, a leitura, principalmente após o "O Rei do Mundo". (L.P.)
Luiz Pontual