A idéia deste livro remonta a 1981, quando empreendemos estudo aprofundado da obra magistral de René Guénon, metafísico contemporâneo e escritor consagrado à Tradição. Tratava-se para nós, intelectualmente, de algo inédito e verdadeiramente revolucionário, no sentido etimológico do termo, isto é, um retorno aos princípios e aos valores permanentes.
Guénon denunciou a monstruosidade dos tempos modernos, resultado da ruptura com todas as autênticas tradições da humanidade desde suas origens. Por outro lado, resgatou para o Ocidente seus verdadeiros valores, concordantes em essência com as doutrinas orientais.
A “democracia” é apenas uma ferramenta moderna a serviço do materialismo, da massificação da ignorância e da mediocridade: seus fundamentos não se sustentam, como se verá neste livro. No entanto, a “democracia” tornou-se um verdadeiro tabu. Ninguém pode criticá-la sem logo ser rotulado de “nazista”, seja pela esquerda, seja pelos ditos liberais.
Embora a obra de Guénon, pela natureza mesma de seus temas e pela qualificação intelectual do autor se dirija necessariamente a uma minoria, uma conspiração de silêncio o cerca há um século. Guénon é um ilustre desconhecido, apesar da importância dos seus livros.
Nosso objetivo é atingir um público maior, potencialmente capaz de compreender os motivos e os bastidores da farsa “democrática”, desde que tenha em mãos informações e argumentos suficientes e necessários.
“Você ainda acredita em democracia?” é o resultado, certamente muito imperfeito, deste projeto. Se, por um lado, os argumentos tradicionais desmascaram impiedosamente a farsa democrática, por outro, resgatam verdadeiros valores da humanidade desde sempre, isto é, a transcendência implicada em todas as autênticas religiões e doutrinas sagradas.
Não é suficiente, no entanto, nos limitar à denúncia da farsa democrática ou sua ausência de princípios. É preciso demonstrar, ainda que em linhas gerais, como e quando esta anomalia foi concebida e, finalmente, implementada, o que nos leva a examinar alguns fatos históricos determinantes, entre outros, o surgimento do protestantismo e suas nefastas conseqüências: o materialismo e o combate sem tréguas às verdadeiras religiões e doutrinas tradicionais.
Em nenhuma outra parte do mundo a idéia “democrática” (e protestante) foi tão longe como nos Estados Unidos, que hoje comanda a “globalização”, na base da força bruta. Mas, afinal, o que é este projeto de hegemonia mundial? É a imposição a todos os países, sem exceção, do ponto de vista predominantemente materialista e anti-religioso próprio da “democracia americana”, sob pena de invasão e ocupação militar aos que se recusarem a submeter-se.
O leitor, conhecendo causas e objetivos da ideologia democrática, poderá compreender melhor as razões e o significado do “11 de setembro” , uma conspiração tipicamente norte-americana , destinada a servir de catapulta à guerra frontal às religiões em geral e ao Islã em particular.
Como já é fato consumado em relação ao Afeganistão e Iraque (Síria e Irã serão os próximos?), o objetivo sionista -americano é a invasão, ocupação e imposição do “regime democrático” (anti-religioso) aos países de forte presença islâmica além, é claro, da apropriação das riquezas naturais de importância estratégica, como o petróleo e a água potável.
Os recentes eventos políticos internacionais não são episódios isolados ou simples etapas a cumprir em um projeto geopolítico de alcance restrito. Trata-se, como veremos nas páginas que seguem, de algo com alcance incomparavelmente maior, previsto em todas as tradições autênticas: a guerra final do ponto de vista materialista contra todas as religiões e doutrinas (ao fim de contas, contra Deus, como se isto fosse possível), o que representa nada menos que o fim de um ciclo desta humanidade, com o advento do Anticristo.
Luiz Pontual