Do livro

"Você ainda acredita em democracia?"

Capítulo II - Doutrina hindu de castas

Um dos conceitos menos compreendidos no Ocidente moderno refere-se à doutrina hindu de castas. Tomando suas próprias referências socioeconômicas e transpondo-as mecânica e tendenciosamente, os ocidentais criticam violentamente o que julgam ser "o injusto sistema de castas", como se fosse uma discriminação entre classes sociais, tal como existe, por exemplo, nos EUA e na Europa.

Os critérios que classificam o indivíduo dentro de uma determinada casta, é bom reforçar, não são de ordem socioeconômica, mas, sim, estabelece-se uma hierarquia de importância, na qual os valores relativos à espiritualidade ocupam os lugares mais elevados. Desse modo, fazem parte das castas superiores aqueles que se identificam aos valores espirituais e participam das castas inferiores aqueles que se identificam aos valores materiais. Na verdade, dentro do hinduísmo, a casta significa para o indivíduo a sua própria natureza, isto é, significa viver conforme a sua mais profunda vocação. Na Índia tradicional (1) , a educação busca proporcionar os melhores meios para que as qualidades próprias de cada um possam ser desenvolvidas o mais completamente possível, desde tenra idade.

O termo hindu para este conceito é varna, que significa qualidade ou natureza própria de um ser. Ninguém duvida de que em uma mesma família há diferenças bem caracterizadas entre os filhos e que estas se manifestam muito cedo. Um deles demonstra, por exemplo, facilidade para canto e instrumentos musicais. Outro prefere afazeres mecânicos ou manuais. Outro ainda, por sua natureza introspectiva, inclina-se pela literatura. Essas diferenciações estão determinadas essencialmente e participam da constituição mesma de cada ser, constituindo o que se poderia denominar naturalmente "vocação" ou "chamamento".

A divisão das castas estabelece quatro níveis, os quais são, pela hierarquia, denominados: Brâmane, Kchatriya, Vaishya e Shudra. São Brâmanes os indivíduos cuja vocação os conduz irresistivelmente à vida espiritual; é sua atribuição a preservação e transmissão do conhecimento metafísico e da tradição, mediante o sacerdócio, dentro de um governo teocrático. Sua cor simbólica é o branco, que remete à pureza e à luz solar, em seu aspecto espiritual. Sua determinação é vertical, ascendente. A característica mental, concentrada. Sua realização, transcendente. O metal simbólico é o ouro, pois suas qualidades são permanentes: pureza e brilho que não se corrompem com o tempo. Identifica-se também à Idade de Ouro, à Essência, à. Luz Sapiente e ao sol, como símbolo do Princípio divino.

São Kchatriyas, aqueles que, por suas qualidades próprias estão capacitados às funções relacionadas ao governo dos homens e aos instrumentos de defesa deste governo. Os reis e os militares encontram-se nesta casta. Sua cor simbólica é o vermelho, relacionado ao calor e à expansão. A bandeira japonesa é uma representação Kchatriya por excelência, assim como os senhores feudais e os samurais. A determinação é expansiva, horizontal. Esta casta está subordinada naturalmente aos Brâmanes e é por este motivo que, por exemplo, na Idade Média, os reis eram sagrados pelo papa. A função real, afirma o taoísmo, é unir o céu e a terra, estabelecendo um governo de acordo com princípios espirituais. O Kchatriya reflete e ordena, tanto no sentido de organizar quanto no sentido de comandar. Identifica-se à Idade de Prata e às qualidades da lua, na medida em que esta reflete a luz divina do sol. Suas atividades dentro na ordem social assemelham-se ao dos monarcas e aristocratas.

São Vaishyas os que naturalmente se identificam com a função comercial e industrial (no sentido amplo do termo). São os provedores materiais. Os que trabalham nos campos plantando ou criando animais. Os que constroem casas e demais edificações particulares ou públicas. Todo tipo de artesanato e manufatura. E aqueles que comerciam alimentos, utensílios, moradas, enfim, tudo o que constitui o suporte material da vida humana; garantem sustentação material para que cada um possa cumprir sua função própria. Sua cor simbólica é o amarelo escuro ou marrom. Identifica-se à Idade de Bronze, que é seu metal simbólico (constituído de cobre, vermelho e estanho, cinzento). Liga-se ao mundo material, simbolizado pela terra.

São Shudras os que, por sua natureza, dedicam-se às mais variadas funções de mão-de-obra, semelhante aos operários. São os que aplicam principalmente a força física em suas ocupações profissionais. Identifica-se à Idade de Ferro cuja cor simbólica é o cinza escuro. A sua característica mental é marcada pelo apego à aparência, à emoção e à superficialidade. Envolvem-se com o trabalho no reino mais quantitativo e mecânico. Guarda semelhança , no mundo moderno, com os que se identificam ao socialismo e comunismo.

Deve-se assinalar a existência de uma subcasta, os Shandala, cuja característica é a ausência de qualquer qualificação. Cumpre a função de agentes da dissolução, desagregação, destruição. São forças cegas, corruptas e corruptoras, dissolutas, agindo em toda a parte e em vários níveis.

É importante registrar que, ainda que tenhamos estabelecido algumas comparações com as divisões sociais modernas, baseadas no poder financeiro, isso é feito por haver grande dificuldade em encontrar parâmetros entre a estrutura da sociedade moderna e a doutrina hindu de castas. No Oriente tradicional, um Shudra pode ser rico assim como um Brâmane pode ser pobre, materialmente falando, o que não modifica em nada o lugar que um e outro ocupa na sociedade e, conseqüentemente, a função que exerce.

É necessário destacar que a doutrina hindu de castas guarda perfeita analogia com todas as doutrinas autenticamente tradicionais. Trata-se da aplicação, no âmbito humano e social, dos princípios que regem a cosmologia. A divisão quaternária está presente na natureza: as Idades da humanidade, as estações do ano e as fases da lua, por exemplo. Até mesmo pela observação direta, podemos constatar que é perfeitamente natural que existam diferenças qualitativas entre os homens e que estas se ordenem hierarquicamente.

É admirável que a quimera igualitarista, exaltada pelos democratas e socialistas, tenha tantos defensores em nossos tempos atribulados e confusos: precisamente nos países ditos “socialistas”, como Cuba, a injustiça e a miséria – no sentido material e espiritual – atingem o máximo grau possível e imaginável, como demonstração trágica do ponto a que podem chegar tais fantasias (2).

Notas:

1. Não confundir com a Índia moderna, ocidentalizada e, em grande parte, destruída pela odiosa e corrosiva ocupação inglesa ao longo de décadas; trata-se aqui dos redutos da tradição que, apesar de tudo, ainda subsistem na Índia atual.

2. O exercício na vida das próprias qualidades é a mais exata definição da palavra competência. Os tempos modernos, que negam Deus e toda hierarquia natural, são um festival interminável de incompetência. Raríssimos são aqueles que exercem hoje uma profissão que corresponda plenamente à sua natureza (qualidade) própria. Os funcionários públicos, em sua esmagadora maioria, são exemplo por excelência de incompetência, em qualquer parte do mundo; os “concursos” e “apadrinhamentos” passam muito longe das qualidades naturais requeridas para tal ou tal função; a certeza de que não serão demitidos por incompetência (e mesmo por corrupção) os induz à preguiça e à soberba; os que ousem reclamar de longas demoras e inoperância estarão sujeitos a ouvir algo do tipo “ganho muito pouco para me dedicar a este trabalho”. Várias profissões, por vício de origem (por exemplo, a usura, no caso dos banqueiros e bancários) reduzem ao mínimo a possibilidade de realização de uma vocação. A indústria, que faz do homem parte da máquina, é uma verdadeira trituradora de vocações; os sindicatos (herança populista do fascismo e nazismo, que a esquerda preserva cuidadosamente), filhos bastardos da indústria, e suas reivindicações, são de uma insignificância notável, assim como seus líderes. Instância ainda pior é o meio político, centro de regurgitação da mediocridade e fermento “natural” da injustiça e corrupção. As “nomeações políticas” constituem o apogeu da incompetência e irresponsabilidade: pessoas são nomeadas para determinados cargos não por sua competência para a função, mas por sua fidelidade partidária. Se alguém tiver paciência de examinar como um partido político “filtra” os possíveis candidatos, talvez fique surpreso com o fato corriqueiro de que os mais bem qualificados sempre ficam de fora, garantindo assim aos eleitores a pior escolha possível. – O que dizer dos fantoches que chegam à presidência dos EUA e da expressão devassa e cínica da esmagadora maioria dos políticos?
Outro grande destruidor de vocações é o ensino público igualitário e obrigatório, um verdadeiro rolo compressor que aniquila todas as possíveis qualidades, instituindo a mediocridade hegemônica, cujos resultados desastrosos temos visto em países “ricos” como os EUA, ou seja, um tipo de Mickeylândia, onde o “analfabetismo funcional” atinge dezenas de milhões, incluindo o atual Presidente da República, George W. Bush.

Algumas definições e considerações políticas segundo a doutrina hindu de castas(4).

Teocracia é o governo tradicional por excelência, exercido pela casta sacerdotal (Brahmane), que delega e controla poderes aos kchatryias, aos quais cabe mais propriamente o exercício externo da administração e manutenção da segurança (exército). O governo do Tibet, invadido e esmagado pelos comunistas (shudras) chineses, é um exemplo contemporâneo de teocracia. Ao longo de séculos ali se viveu em perfeita harmonia, sem guerras. O Dalai Lama Tenzin Gyatso, em seu livro “Minha terra e meu povo” nos dá um retrato equilibrado do sagrado Tibet, seus princípios e fundamentos; denuncia também as inacreditáveis atrocidades perpetradas pelo governo e exército chineses.

Conservadorismo é a tendência Brahmane e Kchatryia para o eterno e o interior, os verdadeiros princípios de governo. A Igreja e o Rei: os Reis e o Imperador eram sagrados pelo Papa. O poder temporal era legitimado e sancionado pela autoridade espiritual. É a Soberania de Deus sobre as nações e uma expressão de realismo. Apenas na teocracia e no conservadorismo é garantido à Religião um lugar de honra evidentemente superior e determinante.

Capitalismo. Trata-se da preponderância do Vaishyia no governo, não como fazendeiro ou artesão, mas como mercador e comerciante. É a tirania da usura. O capitalismo abre as portas ao industrialismo, socialismo e comunismo.

Industrialismo É a aplicação comercial da máquina. Produto da ciência moderna é parte Vaishyia, parte Shûdra e parte Shandâla (5) , pois substitui a qualidade pela quantidade e o espiritual pelo material. Ainda que ligado ao capitalismo em suas origens, é um fortalecimento na tendência descendente em relação ao socialismo.

Capitalismo e Industrialismo. São dois estágios no caminho da decadência. O ritmo da queda pode ser desacelerado quando ambos se associam de algum modo ao conservadorismo. Quando isso ocorre, por períodos curtos e obscuramente, são freqüentemente confundidos com o próprio conservadorismo. É fácil constatar como os produtos se tornam mais e mais descartáveis, isto é, são feitos para durarem o mínimo e serem substituídos por outros. É a conhecida “obsolescência programada”. O mais incrível é o modo pelo qual a mentalidade consumista se enraíza nas massas. Tudo parece comprável, descontinuado, instantâneo, sem esforço. Poderosa arma da mediocridade.
Na queda do conservadorismo para o comunismo, a qualidade individual se perde mais e mais, pois este movimento se dá pelo afastamento do distintivo e qualitativo em direção ao amorfo e quantitativo. O industrialismo é seu ponto de partida e o socialismo, sua conseqüência. O comunismo é o destruidor por excelência de toda a qualidade.

Liberalismo. Tendência política a meio caminho entre o conservadorismo e o socialismo-comunismo. Rejeita os princípios conservadores por não mais compreendê-los, apontando-os como “muito rígidos ou muito opressivos”. O liberalismo se vangloria de não ser nem conservador nem socialista ou comunista e, por isto mesmo, deixa a porta aberta às tendências descendentes.

Socialismo. Está baseado no cientificismo e no industrialismo. É a tendência ao exterior e ao futuro inatingível. É a queda do espiritual para o material, do principal para o contingente. Se o conservadorismo tradicional (Igreja e Coroa, “Uma só nação sob Deus”) pode ser chamado em princípio “interioridade organizada”, o socialismo é a “exterioridade organizada”. Socialismo é a geração de poder ou força por meio do “coletivismo”, dos elementos inferiores contra os elementos superiores ou, em última análise, do homem contra a Providência. Seus “princípios” são antiprincípios.
O socialismo é ao mesmo tempo filosófica e praticamente contrário à realidade. A autoridade espiritual e o poder temporal legítimo têm sua origem em Deus, e não na noção ilusória de um "povo" inexistente. Negligenciar ou rejeitar esta realidade é a principal causa da tirania. O nacionalismo é outra manifestação do coletivismo – ainda que clame incluir em seu programa fatores qualitativos que, na verdade, são seculares e profanos.

O “nacional-socialismo” (que é o significado do termo nazismo (6)) ilustra à perfeição o coletivismo e a tirania. A alegada “raça superior”, os “arianos”, mostra o grau de ignorância tradicional ou má-fé dos mentores do movimento nazista. A cor branca (um dos significados etimológicos do termo “ariano”), do ponto de vista tradicional, não se refere a uma raça, e sim à casta sacerdotal. O branco simbolicamente significa luz, saber e pureza (a palavra “pecado” designa “mancha” ou “sombra”, isto, é, ignorância).
O que é realmente curioso é como as esquerdas em geral apontam o nazismo como se fosse um grande inimigo; uns e outros associam o socialismo e o nacionalismo e, se observados atentamente, têm muito mais pontos em comum que diferenças.
Poderíamos dizer sem hesitações que as esquerdas (socialismo e comunismo) constituem um nazismo de segunda categoria, produzindo tiranos e ditadores. Alguns deles (basta lembrar Stalin) (7), “inferiores” ao ditador Hitler, intelectual e politicamente.
A esquerda e seus líderes são os grandes cáftens da miséria alheia. Condenam a “democracia burguesa” mas a utilizam para chegar ao poder, em nome da “justiça social”. Prometem a melhoria do “padrão de vida da maioria” e cumprem tal melhoria para eles próprios, à moda do ditador Fidel Castro (8), impondo às massas a tirania e a miséria, em nome de um “futuro melhor”, que nunca é atingido.

Comunismo é um movimento superexteriorizado contra Deus. É o limite extremo do irrealismo ou “a realização do impossível”, como disse René Guénon. O ponto central do comunismo é a oposição ativa e perseverante à religião “essencialmente não-científica”, segundo eles.
A característica que define o comunismo é a ação total contra a religião (cristianismo, islã, budismo, etc. dependendo do território). Se tal ação não está presente, não se trata de comunismo; se estiver presente, é comunismo. Alguns autodenominados "movimentos de direita", por exemplo, o nazismo, o kemalismo (9), etc... têm características técnicas (demagogia, trabalho mecanizado, coletivismo) suficientes para torná-los assimiláveis virtualmente ao comunismo - e certamente naqueles casos em que fator anti-religioso tem um papel dominante.
A propaganda socialista encontra sucesso fácil ao atribuir as injustiças da vida ao conservadorismo. Alega-se que mesmo não sendo o conservadorismo a causa real da injustiça, ele é ao menos indiferente à situação.
Tal alegação, no entanto, é injusta, pois apenas o conservadorismo compromete-se com a religião, e somente a religião, ao fornecer a base última e objetiva da justiça, está ao lado dos fracos. A pronta atribuição ao conservadorismo da injustiça ou da indiferença torna ainda mais importante que os conservadores sejam zelosos no combate à injustiça – baseados, é claro, em princípios verdadeiros. O socialismo combate a injustiça, pelo "caminho inferior”: a cura é pior que a doença. O conservadorismo, por outro lado, tem a habilidade para desfazer a injustiça pelo "caminho superior ou interior". O socialismo é de fato a injustiça institucionalizada (de modo parcial, mas crescente), e o comunismo, se assim podemos nos expressar, é a injustiça em estado puro.


Podemos ver, pelo que já foi exposto, que é apenas sob o conservadorismo (ou seja, sob a religião) que o grau máximo de liberdade pode ser realidade. Comparados às definições de conservadorismo, é óbvio que a maioria dos políticos que são denominados "conservadores” o são num grau mínimo. Entretanto, mesmo que tais políticos tenham esquecido a razão de ser, o significado e a importância do conservadorismo¬ baseiam-se nessas definições.

Hoje não mais se duvida do papel decisivo do Papa João Paulo II, o polonês Karol Wojtyla, na derrocada do comunismo. Ninguém melhor que ele alcançou a compreensão do esgotamento político e moral do movimento comunista. A libertação da Polônia foi o primeiro dominó que derrubou, um a um, cada membro do império da União Soviética. A China é um caso à parte: conseguiu unir uma ditadura política de origem comunista ao capitalismo, impondo aos chineses o que de pior existe nos dois regimes.

O que talvez poucos tenham notado (e aqui obviamente não nos referimos aos “cientistas políticos” ou “sociólogos”, como sempre os últimos a serem tocados pela realidade política internacional (10)) é que o papel devastador do comunismo já estava cumprido.

Aos inocentes, direita e esquerda parecem se opor. No entanto, no fundo, são apenas concorrentes, no significado próprio do termo, isto é, disputam, mas numa mesma direção. A este respeito, é muito interessante lembrar que um consórcio de bancos ingleses auxiliou o financiamento dos comunistas vitoriosos em 1917: alguns enxergavam longe, como podemos constatar. Trata-se, assim, entre a direita e a esquerda, de uma convergência. URSS e EUA não foram aliados na Segunda Guerra Mundial?

Ambos os regimes estão de acordo em pontos fundamentais: o industrialismo, o coletivismo e a massificação. Em uma palavra: o materialismo.

O combate às religiões (11) se dá em planos diferentes: no comunismo prevalece a brutalidade e o ataque frontal. Já o capitalismo europeu e norte-americano é mais sutil, pois pode contar com o protestantismo (hoje aliado dos sionistas) e povos relativamente desenraizados espiritualmente.

Poderíamos dizer que o vasto território da Rússia (geográfica e culturalmente falando) sempre desempenhou um papel de transição entre o Oriente e o Ocidente e ali as profundas reservas de religiosidade (este foi o ponto determinante para a derrocada do comunismo soviético) não permitiriam uma transição “pacífica” da religião para o materialismo. A economia globalizada e interdependente é um passo decisivo no plano verdadeiramente diabólico do materialismo para todos, queiram ou não, como se pode deduzir dos discursos papagaiados por G.W. Bush (ninguém em sã consciência acredita que ele próprio possa redigir quatro linhas sobre qualquer assunto) assim como sua Conselheira de Segurança Nacional, Condoleezza Rice.

O contexto da economia global é o palco para o derradeiro espetáculo: uma só política e um só líder, o Grande Ditador do Mundo que não é outro senão o Reino do Anticristo. A última grande resistência a este “grand finale” é o Islã: seu esmagamento - custe o que custar - é o que pretendem Israel (o Estado sionista) e os EUA.

Notas:

3. Algumas informações aqui utilizadas foram emprestadas do estudo de Titus Burckhardt Political Definitions with Reference to the Hindu Theory of the Four Castes.

4. DALAI LAMA, Minha Terra e meu Povo: a tragédia do Tibet. São Paulo, 1988, Editora Palas Atenas.

5. É a sub-casta, isto é, designa os que não possuem qualquer classificação. Podemos chamá-los propriamente de “desclassificados”: vândalos, agentes inconscientes da destruição.

6. Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei , ou Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, fundado em 1919.

7. Stalin: “mesmo se 90% da população da Rússia morrer pela vitória do comunismo, terá valido a pena”. Acreditem se quiser: este genocida ainda é o ídolo de certos partidos comunistas moribundos, que defenderam a ditadura stalinista na Albânia até a derrocada final, com as conhecidas cenas dantescas; para justificar o incômodo apoio, saíram-se com esta: “fomos enganados pelas estatísticas!”

8. Este ditador introduziu na “Constituição” de Cuba a contraditória proibição de qualquer outro regime que não o socialismo-comunismo. Ao usurpar o poder, a atitude típica da eliminação de toda qualidade: enviou para os canaviais ou para engraxar sapatos os melhores artistas do país, “uns inúteis, vagabundos”. O mais inacreditável é este tirano receber apoio incondicional de artistas “socialistas” de vários países, entre eles o Brasil. O luxo que cerca a entourage de Fidel só se compara, em termos de custos, ao da Arábia Saudita. Em contrapartida, nível de pobreza hoje em Cuba é superior ao do tempo do também ditador Fulgêncio Baptista. No entanto, as prostitutas, dizem as más línguas, hoje têm os dentes bem tratados...mas, não têm o que comer!

9. Mustafá Kemal (1881-1938). Chamado “Pai da Turquia” . Personalista como todo ditador, combateu violentamente o islamismo e as tradições locais, em nome da “modernização” do país.

10. Quando falamos de pensamento “acadêmico”, o termo “universidade” é o mais impróprio possível, pois o que se ensina ali são, ao contrário, particularidades. O humanismo e o racionalismo, levados às últimas conseqüências, é que produzem tal estado de irrealidade: toda a comunidade acadêmica foi surpreendida, por exemplo, com o desmoronamento do comunismo. Também nesta área, o sionismo tem grande influência e, das línguas orientais, é o hebraico que recebe sempre as melhores atenções. A falta de visão de certas ordens de realidade (típica dos sistemáticos e limitados métodos acadêmicos) resulta em posturas hipócritas. O discurso democrático ou socialista anda junto com comportamentos contraditórios que ilustram e denunciam anarquia, resultado inevitável da ausência de princípios e hierarquia. Em certa universidade pública (financiada por impostos: custo anual próximo de meio bilhão de dólares), por exemplo, os professores simplesmente levam os livros da biblioteca universitária para casa e nunca mais os devolvem, ainda que denunciados pela imprensa; professores, administradores e funcionários encaminham às suas próprias residências mobília nova adquirida para a universidade (sofás de couro, armários, tapetes, etc), substituída por seus velhos móveis pessoais, onde, cinicamente, são afixadas as plaquetas de propriedade pública; professores não comparecem às aulas alegando singelamente que “a empregada doméstica faltou”; recebem em dobro quando viajam ao exterior (para a contabilidade da prefeitura da universidade, que não presta contas a quem os financia, é como se estivessem em dois lugares simultaneamente). Nada supera, no entanto, em matéria de incompetência, a visita a esta universidade (prevista num acordo comercial bilateral) de alguns professores indianos que, constrangidos, constataram que seus colegas locais (incluindo o catedrático) de sânscrito não conseguiam articular uma única frase nesta língua. É curioso, aliás, observar o verdadeiro desdém que é dedicado às cadeiras de línguas orientais, onde a incompetência (travestida comicamente de soberba) reina absoluta, com a usual exceção da língua hebraica, por influência do fortíssimo lobby sionista. Está a cargo desta “universidade” um grande complexo hospitalar para atendimento público e privado, “avançadíssimo” tecnologicamente. Certa feita, um dos diretores desta instituição ordenou a realização de minuciosa autópsia em todos os óbitos relativos a pacientes ali tratados, com o objetivo de verificar o índice de acerto e a qualidade dos diagnósticos e das prescrições adotadas. Os resultados surpreenderam até mesmo os mais pessimistas: pelo menos 80% dos diagnósticos e tratamentos nada tinham a ver com as doenças que resultaram em morte.

11. Na Argélia, em 1991, a Frente Islâmica de Salvação venceu o primeiro turno das eleições gerais livres e as previsões para o segundo turno indicavam vitória definitiva com mais de 90% dos votos. O que estava em jogo não era este ou aquele candidato ou partido político, mas a escolha de um governo islâmico ou pró-ocidental moderno. O golpe de Estado militar que matou centenas de milhares foi a resposta da “democracia” à afirmação popular pelo Islã. O jornalista Gilles Lapouge, cuja incontrolável admiração pela França lhe proporcionou a mais alta honraria daquele país, escreveu uma constrangida e constrangedora defesa (publicada no jornal "O Estado de São Paulo") dos golpistas sanguinários: parágrafo após parágrafo, nos deparamos com malabarismos “éticos e morais” de tal ordem que mereceriam constar nos anais da “História da Democracia”.